Em um lugar muito bonito, havia um cais, um lindo cais, em que navios atracavam e partiam todos os dias, vindos de todas as partes do mundo.
Genuíno era um estivador muito antigo, forte, feliz, trabalhava com alegria, assobiando músicas que aprendera na infância e que o faziam lembrar de seus ancestrais. De uns tempos próximos, Genuíno passara a observar um menino, novo na cidade, que vinha todos os dias, no mesmo horário, quando o vento batia do leste, sentava-se na beira do cais, com os pés próximos a água, que se não chegava a molhá-los, refrescava bastante, e ficava olhando para o horizonte.
Genuíno achava que ele ficava a olhar os navios que iam e vinham, com suas baneiras de diversos países, alguns bonitos, outros nem tanto, alguns novos, outros já bem viajados...
Durante uns dois meses Genuíno observava e nada perguntava, sabia que o garoto era novo na cidade, quieto, mas bom menino, seus pais haviam se mudado para tomar conta da doceria da cidade...
Então, um dia, Genuíno se achegou ao garoto e perguntou: Olá guri, venho te observando e vejo que você todos os dias, no mesmo horário, se senta aqui, por um bom tempo, gostas de ver os navios saírem e partirem, tens saudades de alguém?
O menino sorriu complascente, com uma doçura angelical e respondeu com suavidade: Não venho apra ver os barcos, na verdade nem os vejo, pois embora meus olhos estejam abertos eu estou focado dentro, em conexão ao meu mestre, que é o coração...na verdade venho aqui todos os dias, pois nesta hora, meu coração está pedindo para que eu ouça as notícias que o Mestre Vento trás de lugares distantes e aqui é o lugar que escolhemos para conversar...
Desde esse dia Genuíno se pôs, no mesmo horário, a ouvir as notícias que o vento trazia, junto com o menino...
Nenhum comentário:
Postar um comentário