quinta-feira, fevereiro 17

A Arte de Peregrinar





"...viviam em Fraternidade, o Amor imperava, como o trabalho, a oração, a hospitalidade aos peregrinos e viajantes..."
As palavras trazem lembranças, acordam sonhos, registram fatos... no fundo, elas carregam o Espírito Que Vive...
Imaginem... Esta frase pode estar nos esperando logo ali na frente... tanto poderia ser escrita daqui há alguns anos falando de uma curiosa e espirituosa família que se auto-denominava Ayllu Mística Andina, como pode ser o registro de um antigo modo de vida dos primeiros cristãos...
A Arte de Peregrinar consiste em vivenciar a hospitalidade em todas as suas profundas nuances... e por vezes somos o quem vai viajar - o Peregrino; e quem outras somos o vai receber – o "Peregrinado", por assim dizer.

Quem Peregrina, deixa nas janelas o passado, ficando para trás, bem longe da vista, a rotina, que prende muita vida viva... e se lança no Rio da Vida fresca, nesse Agora inusitado. Leva na bagagem a curiosidade, um desprendimento do conhecido, o respeito pelas pessoas e lugares que irá visitar.

Peregrinar é diferente de viajar. Peregrinar é ter uma doçura, uma reverência pelo Sagrado que há em cada Ser e em cada Lugar. É seguir, de peito aberto, sorvendo a cada passo a abundância de amor e luz que cerca o caminho... não buscar, mas sim, encontrar!!! Em cada um, em cada voz, em cada lugar, em cada momento, a aprendizagem, o aprofundamento... a União e o Amor.

O que hospeda o peregrino é o bem-aventurado em abrir sua casa, sua intimidade, que por vezes exige deixar cair suas máscaras, sair da rotina, sacrificar seu conforte e costumes... Também ele ao receber peregrinos, propõe-se a se abrir para o novo, para o desconhecido... ter paciência, carinho e respeito por aquele a quem acolhe.

Há um antigo ditado desde os Essênios até os Hindus que diz: " O Hóspede é Deus".

Como receber Deus em sua casa? Com a cama feita? Com doçura, acolhimento afetivo, alegria? Ou com indiferença e inquietação?

E como entra Deus, em sua casa? Com respeito, gratidão, prontidão para ajudar? Ou esperando apenas receber tudo pronto, conforto e cuidado?

Na convivência do Peregrino (Hóspede) e do Peregrinado (Anfitrião) ambos estão aprendendo. E podem ocorrer conflitos... O breve conviver, traz à tona facetas dos egos de ambas as partes, podendo gerar alegria, mas também o desconforto da desestabilização trazida pelas diferenças...

É um ótimo momento para nos olharmos mais a fundo... e nos perguntarmos... que é isso que me toca agora? E exercitarmos as lições que recentemente viemos estudando... Aceitação, humildade... e a indispensável inofensividade... lançarmos luz as sombras... Pensarmos e agirmos como alma grupal, transcendendo aos quereres individuais...

No nosso Ayllu aprendemos que o conflito é bom, pois é uma oportunidade de irmos nos lapidando. Se nos abrirmos ao aprendizado, haverá mudanças... Mudar é VIVER!

Ninguém sai igual de uma peregrinação: o Peregrino e o anfitrião saem modificados, depois de uma alquimia de jeitos, hábitos e costumes. Entretando, cabe ao que adentra a intimidade do outro, o que está sendo recebido, procurar observar os ritmos da casa, oferecer-se para cuidar de tarefas práticas de cuidado com a casa e o ambiente coletivo, contribuir com as despesas a mais tendo em vista o aumento do número de pessoas, e também zelar pelo bem-estar do anfitrião sendo discreto, leve e cordial.

Aproveite a Oportunidade de Crescimento com muita consciência e Boa Viagem!!!


Escola de Valores da Mística Andina

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Índice dos Valores Humanos, o que é isso?

A criação da Escola de Valores da Mística Andina foi sugestão do Mestre Lucidor Flores em dezembro de 2009. Nosso movimento procura manter-se dentro do fluxo luminoso dos Mestres da Hierarquia, que atuam incessantemente em todas as áreas (economia, educação, política, etc) por meio dos discípulos mundiais e pela influência destes por meio também de todos os discípulos e homens e mulheres de boa vontade.







E como podemos perceber este fluxo? E sua conformidade com o propósito de Deus na Terra, o propósito que os Mestres conhecem e servem? Estando atentos e abertos as tendências mundiais e sabendo lê-las com o coração.







Logo depois do convite do Mestre a que começássemos a organizar a Escola de Valores, fomos surpreendidos de forma boa pelo noticiário da televisão falando sobre o IVH ou Índice de Valores Humanos... Hum, a televisão falando sobre valores humanos? E pontuando-os como forma de reorganizar as políticas públicas nas mais diversas áreas? Parece ter dedo de Mestre aí...







O CONTEXTO - O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) deu início, em 2010 aos trabalhos para calcular pela primeira vez o IVH no Brasil. IVH é um indicador que já foi levantado em países como México, França e Portugal. Com a ajuda do IVH, governos, entidades privadas e públicas poderão ter em mãos uma eficaz ferramenta para auxiliar na definição de políticas em áreas como educação, saúde, segurança, habitação, assistência social, cultura e muitas outras.







O IVH é feito por meio da metodologia de pesquisa qualitativa com a população e pretende refletir suas expectativas, sonhos e ambições, além de apresentar as carências e as necessidades de uma comunidade, expõe as prioridades de cada determinado grupo e poderá funcionar como uma eficaz bússola na orientação dos rumos a serem tomados por governantes e pessoas que decidem sobre políticas públicas que visem o bem estar comum e uma maior e melhor qualidade de vida. A idéia é ter o perfil dos valores dos brasileiros







Falar de valores humanos significa, sobretudo, destacar a capacidade das pessoas como protagonistas na construção de uma realidade. É a partir da consciência das pessoas que as coisas ganham importância, acontecem e se transformam. A partir dessa consciência podem-se estabelecer princípios que permitem escolher o bem, o que é construtivo para a realização do ser humano e qual o caminho para a busca de mais solidariedade e felicidade. E esses valores apesar de terem caráter universal, variam em grau de intensidade de acordo com cada região, cada tendência histórica. Sentimentos e atributos como amor, honestidade, paz, sabedoria, justiça, respeito, tolerância e fé adquirem diferentes pesos e relevância na vida de cada grupo de pessoas.







A qualidade de vida das pessoas não pode ser medida apenas por uma somatória de indicadores econômicos e sociais. É preciso levar em conta também essas particularidades de cada sociedade, suas demandas e suas prioridades. Por essas e por outras, é possível dizer que o IVH será uma evolução do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O IDH contempla apenas três dimensões: educação, renda e longevidade. Embora sejam aspectos importantes da qualidade de vida, são informações insuficientes para comparar a qualidade de vida entre diferentes comunidades. O IDH certamente é um importante instrumento de avaliação, mas a verdade é que a qualidade de vida é um conceito subjetivo e, por esse motivo, difícil de ser mensurado.







E essa busca de uma base conceitual para a obtenção de medidas de bem-estar segue sendo uma questão polêmica para os economistas e sociólogos, pois, além de envolver aspectos normativos, tais medidas carregam imperfeições no campo teórico e diversas dificuldades no campo prático. Além disso, muita gente considera que toda e qualquer medição é redutora da realidade. No entanto, a simplificação de informações por meio de índices é uma importante ferramenta para a sociedade definir políticas públicas.







Apesar de todos esses desafios práticos e das controvérsias teóricas, uma medida de bem-estar como o IVH pode ser um recurso interessante e valioso no diagnóstico de vulnerabilidades socioeconômicas, podendo, além de contribuir para o estabelecimento de políticas públicas melhorarem a qualidade das informações requeridas na definição de estratégias empresariais.



Assim como Butão, na Ásia, mede a Felicidade Interna Bruta, o Brasil terá o IVH, o Índice de Valores Humanos. São diferentes indicadores, mas ambos não se restringem a computar apenas a produção e a qualidade de vida com base em estatísticas sociais e econômicas. Nos dois casos, são levados em consideração também os efeitos desse balaio de dados estatísticos na vida da população, como ela afeta e impacta a formação e as expectativas das pessoas. Não basta saber que mais crianças estão nas escolas. É interessante saber como está a qualidade do ensino e das relações humanas estabelecidas ali. Não basta saber que a expectativa de vida cresceu se a mortalidade infantil não baixou. Não basta saber que o número de empregos aumentou no semestre se os salários não cobrem as necessidades não apenas de sobrevivência, mas de qualidade de vida, com lazer, saúde, tempo de criar e tempo de amar.



Nossa Escola de Valores, não pretende apenas falar sobre, mas sim criar oportunidades de vivenciar valores com a clara luz da consciência a cada instante de nossas vidas... e elas são feitas de milhões e milhões de instantes... que eles possam ser permeados por escolhas feitas por nossos bondosos corações, em Unidade com Pachamama, a Deusa da Vida. Certamente o resultado de nossas escolhas e boas ações não aparecerão nos noticiários, mas os Mestres sentirão o lusco-fusco da luzinha da devoção, do carinho grupal, do cuidado com todas as formas de vida... e provavelmente, piscarão de volta!



Para saber mais: www.mostreseuvalor. org.br Ali se pode conhecer um pouco mais sobre a criação do IVH e até participar da pesquisa, dando a sua opinião.